domingo, 16 de novembro de 2008

Introdução de Víctor Rebelo ao livro O que é viagem astral

Para que o espírito, a essência criadora, centelha divina sem forma possa se manifestar no universo das energias, das mais densas às mais sutis, ele necessita de corpos.
O yoga, o budismo, a cabala, enfim, as mais antigas tradições espirituais têm classificado e ensinado como esses corpos atuam, cada um em seu plano específico, porém sempre de forma integrada.
O número de corpos com que o espírito se manifesta pode variar de acordo com a doutrina, mas existe um certo consenso de que o espírito, quando está atuando no plano mais denso (que é o nosso caso, encarnados) manifesta-se através de sete corpos. Mais recentemente, no século XIX, Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, juntamente com os espíritos responsáveis pela codificação, classificaram o Homem como um ser composto de espírito, períspirito e corpo. O perispírito seria o conjunto de todos os outros corpos mais sutis, que as outras doutrinas preferem classificar separadamente. Conforme O Livro dos Espíritos, o perispírito vai se sutilizando, se eterizando conforme a evolução do espírito. Existe ainda o duplo etérico, que faz a intermediação do perispírito com o corpo carnal.
A projeção da consciência através do perispírito para fora do corpo físico é algo natural. Não tem nada a ver com mediunidade. Quase todas as noites nos projetamos, porém, o cérebro apresenta dificuldades para decodificar e registrar lembranças de eventos de quando a consciência está fora do corpo. Por isso, confundimos certas viagens astrais com sonhos.
Com o estudo profundo e a autoconscientização, torna-se cada vez mais fácil a lembrança dos eventos projetivos.
Mas qual seria a utilidade disso tudo?
Primeiro: aprendemos lições valiosas, não apenas por meio de livros, mas de forma prática, sobre a vida nos plano mais sutis.
Segundo: podermos ser úteis aos nossos semelhantes de forma mais eficaz, doando nosso amor em trabalhos de assistência extrafísica, servindo aos mentores espirituais como humildes auxiliares.
Por isso, a viagem astral (ou projeção da consciência) requer maturidade espiritual e amor ao próximo, caso contrário, ao invés de atrairmos a presença dos amparadores espirituais, atrairemos espíritos perturbados e obsessores, que aumentarão ainda mais o lixo amontoado em nosso egoísmo.
Repito: a saída do corpo é algo natural, todos fazem mesmo sem saber, mas a projeção lúcida requer responsabilidade e ética espiritual. É impossível desencarnar devido a uma viagem astral, mas é possível morrer sem nunca ter se projetado com lucidez.

Livro O que é viagem astral
Técnicas para realizar a projeção fora do corpo
Coleção Sem Mistério nº 7
Textos dos colaboradores da Revista Cristã de Espiritismo

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